O projeto “Caiu na Rede” é o resultado da união de forças, tão necessária para viabilizar ações e projetos. O Ipemar e a Marulho foram contemplados pela chamada pública do Funbio (Fundo Brasileiro para Biodiversidade) voltada para educação ambiental e geração de renda em comunidades pesqueiras do Estado do Rio de Janeiro, no âmbito do TAC Frade.

A proposta prevê a coleta de redes de pesca descartadas na região de Angra dos Reis e Ilha Grande para serem reutilizadas e transformadas em produtos de maior valor agregado (upcycling) utilizando técnicas tradicionais de costura de redes, gerando renda para famílias de Matariz e Provetá. Restos de redes que poderiam parar nos oceanos, causando a morte de animais, são transformadas na redeco, uma bolsa, que entre outras utilidades, pode substituir as sacolas plásticas nas compras de mercado. Produtos como esse vêm sendo criados pela Marulho que é um negócio socioambiental, idealizado pela oceanógrafa Beatriz Mattiuzzo e o oceanógrafo Lucas Lopes Gonçalves, ambos residentes na Ilha Grande.

“Esses resíduos constituem um grande desafio ao ambiente marinho, pois além de serem mais lixo no oceano, se são descartadas ou perdidas no mar acabam causando a morte acidental de milhares de animais marinhos – é a chamada pesca fantasma, muitas vezes invisível a nossa percepção”, afirma Beatriz Mattiuzo, coordenadora do projeto.

Em 2017, a ONU proclamou a Década da Ciência Oceânica para o Desenvolvimento Sustentável, que acontecerá de 2021 a 2031, um chamado para ação para que repensemos nossa relação com esse ambiente tão essencial para a saúde do planeta. Acabar com o lixo nos oceanos é tarefa inadiável.